Samba a distância 

(Marcelo Kimura / Bruno Tasso)

 

Anoiteceu, respiração

Anoiteceu, hora do som

Anoiteceu, o violão

Anoiteceu, satisfação

 

Daqui, sambeando

Daqui, noite no colo

Daí, pinga sol

Ioiô, a distância

 

Amanheceu, café com pão

Amanheceu, papel na mão

Bola no pé, tabelou

Sem nenhum pontapé

 

Venha, venha

Venha paz

Venha, venha

Venha paz

 

Cantar em Belém

Estudar o sumô

Falar arigatóquio

Toque o berimbau

De lá, aqui

 

Anoiteceu, o violão

Bala no trem, Musashino

Anoiteceu, inspiração

Rala que vem a cor do som

 

 Anoiteceu, respiração

Anoiteceu, hora do som

Anoiteceu, o violão

Anoiteceu, satisfação

 

Daqui, sambeando

Daqui, noite no colo

Daí, pinga sol

Ioiô, a distância

 

Já vai raiar, saravá

Amanheceu, alto bar

Amanheceu, sem razão

Amanheceu, continuação

 

 

Engano

(Marcelo Kimura / Bruno Tasso)

 

 Jogo Cigano

Cigarro de pano

Hora de Fumar

 Pra cada engano

uma colher de chá

 

Atenção marciano

é mano a mano

com o Satanás

 Sem ter o plano

anos vão voar

Dias vai se somar

 

Pobre, coitado nobre

cuidado, sorte

Acaba logo

estanho ganho

Leve, arranho breve

Assanho serve de ilusão

 

Por que aterrizar

em vem de ser 

o vagante lunar

 Apesar do engano

tudo passará

É a colher de chá

 

 

 Risco de pouso fixo

Airoso disco

Voador velho

Elevador sobe

Respire bebe

Delírio veste

Confusão

 

Pobre, coitado nobre

cuidado, sorte

Acaba logo

estanho ganho

Leve, arranho breve

Assanho serve de ilusão

 

Jogo Cigano

Cigarro de pano

Hora de Fumar

 Pra cada engano

uma colher de chá

 

Por que aterrizar

em vem de ser 

o vagante lunar

 Apesar do engano

tudo passará

É a colher de chá

 

 

Tons

(Marcelo Kimura / Bruno Tasso)

 

Pra sonhar, acordar, sonhar

Busque o que não achou

Pé no chão pra compreender

Muitas esquinas de caos e paz

a flutuar nos corações

 

Sem dosar, sem guardar, é ar

Saindo de um vulcão

Segure-o sempre que puder

quando o clima prevalecer

num degradê de vai chover

 

Viver,

Muito mais do que ganhar

Sua aposta pode ser

qualquer lugar, qualquer lugar

qualquer estação

onde a fé se mexe e vai ser

Asa inteira pra voar

Ainda leva com você

 ondas do mar a algum lugar

aos vãos do som

dessa navegação

 

Pra chegar, ao chegar,

ao chegar

Peça água por favor

Baía das mãos lava os pés

Inunda a trilha mas vai secar

Enquanto você

também for pra ser

Terra, sol, tons de ilha

E quando voltar eu levo você

pra pintar a ilha

Enquanto viver

tiver a cor de um rio

 

 

 Xote puxa-puxa

(Marcelo Kimura / Bruno Tasso)

 

Tá querendo saber o que vai acontecer se o pássaro escapar

Tá sem tempo pra chegar na areia regular da praia sem mar

 Tá sem freio pra parar de pensar em pulga pra se coçar

Tá sem dengo, parecendo um facão pronto pra cortar

 

Mas floreia longe de mim

Rodeia perto de mim e me pega pra abraçar

Tá no grude mesmo assim

É quase um motim de uma mola de esticar

 

Bituca

(Marcelo Kimura / Bruno Tasso)

 

Tinha Sol na canção, aiê

Brilhar, aiê é pr’amar

Sinta o sal da ação, aiê

Lutar, aiê I-á

 

Tire os bancos de lá, oré

Vai ter povo n’altar

Vou chegar, quero ver

gente feliz s’erguer

 

Crio um cais pra você, oré

pra ser Minas Gerais

Gira flor dessa lua, aiê

I-á quer dançar

 

Tire os bancos de lá oré

Vai ter tambor e acaçá

Vou chegar, quero ver

gente feliz pronta, a cantar

 

Tinha Sol na canção, aiê

Brilhar, aiê é pr’amar

Sinta o sal da ação, aiê

Lutar, aiê I-á

 

Tire os bancos de lá, oré

Vai ter povo n’altar

Vou chegar, quero ver

Maria cantar

pra libertar

pra libertar

pra libertar

 

 

Satori

(Marcelo Kimura / Bruno Tasso)

 

Acordei

Hesitei

Levantei que tal?

 Caminhei

Estranhei

Encontrei quintal

 

Era só mais um dia

como se previa

meio sem fim

Era só mais um dia

formatando tipos

sem perguntar

 

Mas achei, já falei,

Quintal dentro do ar

Andejei no Tao desse ar

E reguei o deus-dará

Foi crescendo som

Gingar, liga Zen

 

Em você é karaokê

A usted com hora de cantar

Pra você, adocei

A usted, bailar

 

 Caminhei

Estranhei

Encontrei quintal

 

Era só mais um dia

como se previa

meio sem fim

 

 

 Carrossel

(Marcelo Kimura / Bruno Tasso)

 

Esse carrossel se chama Léo

Gira Sol e nave estrelar

Voa nos espaços do andar

Gira forte coração

Bota tudo pra girar

 

Esse carrossel traz o céu

Solta pássaros ao raiar

Roda sonhos da filha do sal

O fundo do meu mundo

Num segundo tá de pé

 

Girar, o planeta em um ser

Rotação de aprender

Translação pra crescer

Pra ver o farol iluminar

Beira-mar

Com poeira o infinito se colou

 

Espera o sereno pra parar

Descansa pra depois continuar

Faz a onda de Kanagawa

Origami, leve cama, Dorayaki

Um colchão pra alunar

 

Gira vista no chão de brincar

Pega a guitarra de ninar

Estica o tempo do solo

Sem ser o rei da roda

Bota pra girar

 

Girar, o planeta em um ser

Rotação de aprender

Translação pra crescer

Pra ver o farol iluminar

Beira-mar

Com poeira o infinito se colou

 

Esse carrossel se chama Léo

Gira Sol e nave estrelar

Voa nos espaços do andar

Gira forte coração

Bota tudo pra girar